fevereiro 16, 2022

Tudo Por Ele, Nosso Grande Chamado

by Rodrigo Dorval in Liderança

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:33-36).

Esse é um dos pontos mais importantes na carta aos Romanos. Paulo está prestes a fazer uma transição na ênfase apresentada na carta. Até este momento ele havia escrito sobre temas profundos da teologia. Do capítulo 1 ao capítulo 11 Paulo demonstra passo a passo a maneira como o homem é justificado diante de Deus, como Cristo morreu por nossos pecados, a relação entre a lei e o Espírito, como Deus pretende incorporar a plenitude dos gentios e de Israel em sua nova comunidade de crentes. Paulo integra tempo e eternidade, história e escatologia, justificação, santificação e glorificação de uma maneira tão profunda que Pedro chega a dizer que há coisas nos escritos de Paulo “difíceis de entender” (2 Pedro 3:16).

Já a partir do capítulo 12 ele faz uma brusca mudança nos temas apresentados na carta aos Romanos. Ele passa a escreve as implicações práticas do evangelho para a vida dos cristãos, mas antes de fazer a transição entre a profundidade da teologia e as alturas da prática cristã, ele escreve um lindo hino de adoração a Deus.

Paulo nos ajuda a entender algumas verdades nessa transição. É perigoso ter apenas o estudo de temas teológicos que não levem à adoração. Uma teologia sem adoração pode tirar a vida e alegria do cristianismo e isso é muito perigoso. Por outro lado, ainda mais perigoso é uma adoração desprovida de teologia. Como disse Mark Johnston: “A teologia é a espinha dorsal da vida cristã”. Por isso Paulo nos ensina nessa transição a ter o equilíbrio entre a teologia e adoração, uma está intimamente ligada à outra. Não podemos ter apenas apresentação de temas teológicos sem levá-los à adoração, como não podemos ter adoração sem uma sólida base teológica. Pode ser um perigo tentar ver a vida dos cristãos apenas por meio de argumentos teológicos que, isoladamente, podem tornar-nos frios e indiferentes. Por outro lado, um perigo até maior, é ter adoração sem base teológica. Esse erro pode levar-nos a uma adoração vazia, que honra com lábios, mas o coração está longe da verdade.

A vida cristã equilibrada deve estar completamente fundamentada no “Assim diz o Senhor” e na verdadeira adoração que não é apenas de lábios, mas leva a prática em cada aspecto da vida.

Logo após o hino, Paulo, no verso 36, ensina que a vida cristã deve nos levar a três reconhecimentos. O cristão tem que reconhecer que tudo é dEle, tudo vem às nossas mãos por meio dEle e tudo é para Ele. Esses três pontos não são apenas aspectos cognitivos, mas devem tocar em cada aspecto da nossa vida diária.

Em primeiro lugar precisamos reconhecer que tudo é de Deus. Esse primeiro ponto é o mais fácil para a grande maioria dos cristãos, pois é uma questão apenas de concordância intelectual. Se alguém te pergunta: quem te deu esse carro, essa casa, esse emprego? Quase que automaticamente dizemos: “foi Deus quem me deu”. Alguns até colocam um adesivo com esse slogan no carro. Esse é o primeiro ponto para ser fiel mas, segundo o texto de Romanos 11, não é o único.

O segundo ponto já é mais prático, não é apenas dEle, mas também por Ele. Em outras palavras, o que me vem as mãos não é por minha força, sabedoria e capacidade e sim, pela providência de Deus que age em mim e me dá força, sabedoria e capacidade.

Certo dia conversei com um empresário cristão, que tentava me convencer que no Brasil não é possível ser completamente honesto e ainda próspero nos negócios. Ele não tinha nenhuma dificuldade em reconhecer que tudo o que possuía era de Deus, mas admitiu que não ganhava por meio dEle e sim do jeitinho que ele dava para burlar a lei. Por isso não basta dizer: “Tudo é dEle”, temos que dizer também: Tudo é por meio dEle. Temos que tomar a seguinte decisão nesse ponto: “Creio que tudo o que tenho chegou até mim pela amorosa mão de Deus.”

  • Você chegou onde chegou sozinho?
  • Você é o que é por conta própria?
  • Você tem o que tem por sua capacidade apenas?

Tiago 1:17 nos diz que tudo o que temos e somos, nossos talentos, tempo, saúde, capacidades e oportunidades nos foram dados pela amorosa mão de Deus. Mas a nossa maior dificuldade é dar o terceiro passo e reconhecer que tudo o que temos é para Deus e Sua causa. Podemos até admitir mentalmente que é dEle e por Ele, mas temos que agir e ser fiel para demonstrar que tudo é para Ele.

Deus seja louvado, porque já está se levantando uma geração de jovens que estão vivendo o tudo que é dEle, por Ele e para Ele. Jovens que estão incomodados por perceber que podemos fazer mais pela proclamação da verdade com nossos talentos e recursos. É essa atitude que leva a um reavivamento pessoal e duradouro. Alguma coisa precisa iniciar-se em nós!

Entre 1904 e 1905 o País de Gales viveu o que é conhecido como um dos maiores reavivamentos da história. Os jornais de todo o mundo noticiavam as coisas extraordinárias que estavam acontecendo em virtude do reavivamento. Um dia um homem de Londres pegou um trem e resolveu ir ver pessoalmente se o que ele havia lido nos jornais era verdade. Ao desembarcar no País de Gales ele se deu conta de que não sabia por onde começar a procurar o tal reavivamento. Depois de andar por algumas quadras ele resolveu abordar um policial que estava parado em uma praça. Ele se aproximou e perguntou: “Policial, onde está acontecendo o grande reavivamento que os jornais tanto estão noticiando?” O policial encheu os olhos de lágrimas, apontou com o dedo para o próprio coração e disse: “Senhor, o reavivamento está acontecendo atrás desses botões de bronze.”

O reavivamento já se iniciou em você?

Josanan Alves de Barros Junior

Mordomia Cristã – DSA

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