“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco” (Filipenses 4:7-9).
Que os meios de comunicação sempre tiveram influência direta no comportamento das pessoas é inquestionável. Mas o que ninguém previu foi o boom dos anos 2000. As redes sociais simplesmente deram uma guinada na forma de se comunicar da sociedade atual. Mas por que elas tiveram tanta força em nossa vida?
Bem, na verdade há uma questão fundamental que nos ajuda a entender o fenômeno. É que as mídias sociais satisfazem duas necessidades básicas do ser humano: expressar-se e ser ouvido. E tratando-se de comunicação em massa, essas necessidades eram um grito entalado na garganta há mais de 500 anos. Desde a invenção da imprensa, por Gutenberg, no século XV, até o surgimento da rádio no século XIX, da TV e da internet no século XX, o povo foi compelido a somente ver e ouvir (vale lembrar que a internet, em sua primeira fase chamada de web 1.0, era estática, e não interativa). Praticamente, a única interação das pessoas diante dessas tecnologias era contemplar a exposição e a opinião de escritores, locutores e apresentadores. Em resumo, desde o surgimento da comunicação em massa, o povo almejava a oportunidade de fazer eco com sua própria voz.
Foi então que, há pouco mais de dez anos, as redes sociais explodiram e se popularizaram de forma desenfreada. E o potencial delas se demonstrou assustador. Hoje, a voz das pessoas está tão alta e acreditada que ela influencia pensamentos, comportamentos e decisões do próprio povo. Os especialistas chamam essa proeza de inteligência coletiva, isto é, todo mundo compartilha sua inteligência individual formando a inteligência coletiva que, por sua vez, influencia a inteligência individual. É um círculo que se retroalimenta. Aliás, esse acontecimento vem tirando o sono das outras mídias de comunicação, pois, até pouco tempo, esse nível de influência era exclusividade dos veículos unilaterais.
Mas, apesar de surgirem novos hábitos e comportamentos dessa geração que respira as mídias interativas e de, obviamente, serem notórias as mudanças sociais causadas por esses meios, nem tudo o que acontece dentro desse contexto é novo. As redes sociais não modificaram os comportamentos básicos do ser humano, elas simplesmente os revelaram, dando uma lente de aumento ao que sempre foi intrínseco às pessoas.
Todavia, precisamos entender que os meios de comunicação social não são, por si sós, os responsáveis pelas mutações comunitárias. Esses meios são, na verdade, uma vitrine onde se expõe a natureza humana; e essa, sim, é a grande causadora do rebuliço. No anseio de se expressarem e serem ouvidas, as pessoas expõem insistentemente o que fazem e o que são; e essa exposição maciça dos indivíduos e de suas tendências tem influenciado a sociedade de forma sutil e poderosa. Cada publicação deixa um pouquinho de si em quem a contempla. Por isso, mesmo que haja fatores positivos no uso dessas ferramentas digitais, é necessário muito cuidado sobre o que enviamos e recebemos, sobre quem seguimos e quem nos segue.
Contudo, apesar de sermos responsáveis pelo que vemos na internet, somos ainda mais comprometidos pelo que publicamos. Por isso, ao divulgarmos algo, precisamos partir do princípio de que estamos publicando a nossa índole, e isso sempre influenciará alguém, para o bem ou para o mal. Não é exagero imaginar que as redes sociais são como um campo minado onde, ao menor deslize, uma bomba pode explodir. E é estressante tratar de problemas reais decorrentes do mundo virtual, pois a gente sabe que eles poderiam ser evitados com um clique a menos.
A grande questão é que tudo o que curtimos, comentamos e postamos é uma imagem de nós mesmos que estamos transmitindo. É inevitável. E devido à diminuição das relações reais e ao aumento das virtuais, as pessoas usam muito mais as nossas interações na rede do que as nossas ações reais para definir quem nós somos. Absolutamente, os nossos hábitos virtuais são reveladores, sim! Por isso, é de se pensar o que dizem por aí sobre nós sermos o que postamos. A verdade é que, se fizermos uma análise honesta da nossa timeline, vamos perceber traços da nossa própria personalidade, indícios do nosso temperamento e a sombra do nosso caráter.
“Olhando para Cristo adquirimos visão mais brilhante e distinta de Deus, e pela contemplação somos transformados. […] Crescendo à Sua semelhança, ampliamos nossa capacidade de conhecer a Deus. Mais e mais entramos em comunhão com o mundo celeste, e temos poder incessantemente crescente de receber as riquezas do conhecimento e sabedoria da eternidade” (Parábolas de Jesus, p. 355).
Pr. Lélis Souza Silva
Líder do Ministério Jovem – UCOB
Ótimo conteúdo! Surpreendente, bem estruturado e
altamente informativo. Parabéns pelo excelente trabalho
realizado.